 Por Arthur Antunes Coimbra
E tivemos mais uma rodada de jogos em que não faltou emoção no fim das partidas e sobrou equilíbrio, como já era esperado. Menos gols, times se protegendo mais era o caminho natural de uma Copa do Mundo com muitos gols. E o grande destaque nessa rodada que colocou Brasil, Alemanha, Holanda e Argentina foram as bolas paradas.
No jogo em que o Brasil derrotou a Colômbia, os três gols foram em jogadas de bola parada. Foi assim também que a Alemanha eliminou a França no desumano calor do Rio de Janeiro de 13h. Holanda tirou a Costa Rica nos pênaltis, mas muito mérito para o Navas durante a bola rolando. Só mesmo a Argentina venceu com bola rolando, mas ainda assim num lance de sorte e oportunismo, uma bola que sobrou e não uma jogada de bola rolando.
Por sinal, a gente não cansa de falar nos goleiros. Como estão indo bem nessa Copa do Mundo...
Um bom gancho para começar pelo empate entre Holanda e Costa Rica. A Holanda segue me chamando muito a atenção pela variação tática que o Van Gaal imprime no time entre as partidas e durante os jogos. O goleiro Navas foi decisivo para o zero no placar, mas Cillessen também fez defesas importantes nas poucas vezes em que foi acionado.
O grande destaque nesse jogo foi a estratégia de troca de goleiros na prorrogação. Desde 1998 eu venho comentando que o trabalho de staff na Holanda é forte, com treinadores específicos e grande atenção para detalhes técnicos. E foi assim que Van Gaal ganhou o jogo. Guardou uma substituição, tinha preparado um goleiro maior e treinado para pegar pênaltis. E Krul entrou para garantir a vaga da Holanda na semifinal.
Uma vitória no detalhe estratégico que fez a diferença.
O adversário dos holandeses será a Argentina, que me surpreendeu pela defesa que melhorou muito em relação aos jogos anteriores. A Bélgica tentou, mas a solidez do sistema defensivo argentino, inclusive com boa atuação do goleiro, impediu melhor sorte dos belgas. Acho que a Bélgica poderia ter ido mais longe, mas enfrentou um adversário muito forte e que aproveitou com oportunismo a chance que teve.
No duelo com a Holanda, a Argentina terá que repetir a boa atuação da defesa. Mas é um confronto mais uma vez sem favoritos. Difícil de apostar.
No outro lado dos confrontos, começando pela Alemanha que fez um clássico no Maracanã contra a França. Olha, a Alemanha é o time com o maior número de gols de cabeça na história das Copas. Uma grande equipe que sabe defender e tem muita qualidade no meio. Teve atitude no inicio do jogo, marcou o gol de cabeça que precisava e administrou o resultado no calor de 13h.
Será o adversário do Brasil, que passou com dificuldade e uma baixa muito importante com a perda do Neymar.
O Brasil fez um bom primeiro tempo contra a Colômbia e a questão ainda está no acerto ofensivo do time. A vitória saiu de bolas paradas e com os zagueiros, ponto forte do time sem dúvida. Para o jogo de amanhã, acho que o melhor caminho sem Neymar é popular o máximo possível o meio para evitar que o talento alemão se destaque por ali. E ficar de olho na linha de impedimento deles, que numa jogada rápida pode significar um gol. Além disso, o tema da coluna que são as bolas paradas. Escanteios, faltas, laterais. Vale muita atenção na defesa e olho vivo com as oportunidades no ataque.
A nota triste mesmo foi o Neymar fora por causa de uma jogada imprudente do Zuniga. Uma pena mesmo. A Argentina perde o Di Maria, que também é um grande jogador, mas não se compara em importância ao time com a ausência do Neymar.
Que toda a seleção encontre ainda mais motivação em jogar pelo Neymar, levando na ponta da chuteira a inspiração nele. E que o Brasil vença para decidir a Copa do Mundo no Maracanã.
Até a próxima!
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