Zico teve uma passagem vitoriosa pela seleção do Japão entre 2002 e 2006. A conquista da Copa da Ásia, na China, e a classificação antecipada para a Copa da Alemanha reforçaram a hegemonia nipônica no continente, levemente abalada com o melhor desempenho da Coreia do Sul no Mundial anterior, em que foi terceira colocada.
O Japão obteve resultados expressivos nas Eliminatórias para o Mundial de 2006, e os maiores placares exatamente contra a seleção da Índia, que apresentava um futebol quase amador com muitos jogadores jovens. Só agora, 10 anos depois, os indianos começam a desenvolver o futebol no país e essa é uma das razões para Zico ter aceitado o desafio em Goa.
A foto abaixo ajuda a contar uma história curiosa: o lateral-direito escalado por Zico na Liga Indiana, Debabrata Roy, era o jovem lateral indiano naquelas eliminatórias. A imagem do arquivo mostra o jovem Deba tirando uma foto com o ídolo após o jogo entre Japão e Índia, enquanto na atual o Galinho orienta seu jogador na véspera de uma partida pelo Goa.
Vamos aprofundar um pouco mais...
Japão e Índia se enfrentaram duas vezes em 2004, único ano em que Deba atuou pela seleção indiana e fez 16 aparições. Nos dois jogos ele entrou no segundo tempo e foram duas goleadas imponentes sofridas pelos indianos.
Dia 9 de junho 2004, no estádio de Saitama lotado, Deba, que tinha 18 anos, voltou para o segundo tempo entre os titulares quando o placar já marcava 3 a 0. O Japão venceu por 7 a 0 e a foto de arquivo é dessa partida.
O jogo da volta pela Grupo 3 das Eliminatórias foi uma grande festa para os indianos que ocuparam mais de 90 mil lugares no estádio de Kolkata. E viram uma nova goleada japonesa, agora por 4 a 0. Deba entrou aos 15 minutos do segundo tempo.
- É muito legal situações como essa que o futebol me proporciona. Deba era um menino na seleção rival, hoje um dos jogadores importantes no meu time. Os indianos sofreram 11 gols em dois jogos contra o Japão em 2004, agora tentam se profissionalizar com um processo parecido com o que o Japão fez em 1992. E eu estou aqui como estava lá. São desafios que me movem e coincidências que ajudam a contar a história- analisou Zico.
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